Thaís Jardim
quinta-feira, outubro 31, 2002
  Vivo la dolce vita que me suga. Estou cada vez mais distante do que eu imaginei para mim. Vivo la dolce vita e é ela quem me domina. Sou um objeto, não tenho mais controle.  
  I'm running towards nothing
Ontem à noite, GUM. Hoje, Halloween Party no Start Talking Café. Amanhã, coquetel de abertura da Feira do Livro e, depois, provavelmente GUM (again and again and again). Sábado, no Ocidente, festa Balonê. A agenda está cheia, mas ainda não sei como me livrar dessa sensação de vazio... 
  Caminhos
Caminho pelas ruas dessa cidade que não me nota. Sou insignificante, fracassei em tudo. Amores, eu tive vários. Todos passaram sem deixar marcas. Empregos, também tive vários. Tantos que até perdi a conta. Pulei de galho em galho, sem nunca encontrar o meu lugar nesse mundo. Um vaso cai de uma sacada. Estou no chão. Que patético! Até mesmo na morte eu sou um fracasso.  
quarta-feira, outubro 30, 2002
  Um dia ele me encontrou na rua. Eu estava bêbada, drogada, mas feliz. Feliz e sem rumo. Esse homem tomou conta de mim. Esse homem quer mudar a minha vida. Mas ele é o passado, e em mim não há mais lugar para o passado. Sim, um dia ele me amou. Sim, um dia ele sofreu por mim. Isso é importante, mas isso também passou. Não quero sentimentos velhos de uma vida velha. Quero incertezas, novidades, liberdades. Quero me matar, pois é me matando que me sinto viva. Estala, coração de vidro pintado! 
  Onde estão os limites? E existem limites? Por acaso não é o Universo infinito? 
terça-feira, outubro 29, 2002
  Pain in any language
Eu tenho o CD Electro glide in blue, do trio britânico Apollo440, há uns cinco anos. Não sei explicar a razão de, somente agora, Pain in any language ter despertado meu interesse. Despertado meu interesse? Não... mais do que isso. Essa música me invadiu como se fosse um sem-terra, tomou posse da minha mente, do meu corpo, do meu CD-player. Repeat, repeat, repeat. A última vez que uma musica me dominou foi há mais de dez anos, quando Echo and the Bunnymen não se cansavam de sussurar ao meu ouvido que the killing moon will come too soon. Eu precisava escrever para a @440, dizer que anos depois, do outro lado do mundo, alguém se arrepiava ao ouvir Pain in any language. A música ultrapassa fronteiras. A comunicação também ultrapassa fronteiras. Fiquei surpresa ao receber uma mensagem do Noko, lamentando ainda não ter se apresentado no Brasil. Coincidentemente, The killing moon é a música de abertura do filme Donnie Darko, que ele havia acabado de assistir. Círculos, ciclos. Acho que a vida é mesmo uma espiral.  
segunda-feira, outubro 28, 2002
  Conhece-te a ti mesmo.
Essa era uma das mensagens inscritas no templo e oráculo de Apolo, em Delfos. Mas será que realmente podemos nos conhecer plenamente? E se isso for possível, será que devemos buscar esse conhecimento? E se eu não gostar de mim, e se eu achar insuportável conviver com meus próprios defeitos? Encara-te a frio e encara a frio o que somos, me responderia Fernando Pessoa. E assim, vou traçando idéias e escrevendo minha vida. Sim, essa é a minha história e eu a escrevo para mim. Até que ponto tudo é verdade ou ficção? Mais uma vez recorro a Fernando Pessoa: não o sei e sei-o bem.  
TEXTO DA SEMANA
Um texto, uma poesia, a letra de uma música. Os outros me marcam com palavras. Palavras registradas. Aqui.

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